As primeiras discussões sobre o Recaatingamento ocorreram ainda no final da década de 90 e início dos anos 2000, principalmente com o trabalho das mulheres das comunidades tradicionais de fundo de pasto da região de Curaçá, Uauá e Canudos que realizam o extrativismo do umbuzeiro na Caatinga. A observação de que não se tinha mais umbuzeiros jovens, foi fundamental para pensar o manejo da Caatinga, principalmente pela ameaça da continuidade da atividade tradicional no contexto das mudanças climáticas.
A partir dessas percepções e dos diálogos, foi visto que a questão do acesso à terra e ao território em tamanho apropriado para as atividades produtivas, apresentava o super pastoreio como impacto negativo. Desse contexto surgiu a necessidade de ações voltadas para o cuidado com a Caatinga, principalmente com a recuperação de áreas degradadas e a conservação das áreas em bom estado, principalmente pelo manejo animal e com a construção de acordos coletivos sobre o uso sustentável dos bens naturais.
Atualmente o Recaatingamento é realizado em 40 comunidades de Fundo de Pasto, Quilombolas, Indígenas e Assentamentos de Reforma Agrária, em 14 municípios baianos, com envolvimento direto demais de 900 famílias.